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Em outro comercial, ele diz que todo mundo apela nas eleições e que também resolveu levar o pai e a mãe para pedir voto. À Justiça Eleitoral, o candidato disse que não concluiu nem o primário, mas sabe ler e escrever. O palhaço saiu candidato pelo PR, que em São Paulo está coligado ao PT. Apesar da popularidade, o comando da campanha da candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), pediu que ele não mencionasse o nome dela.
No início do programa eleitoral de Tiririca, aparecia o rosto e o número do candidato ao governo de São Paulo do PT, Aloizio Mercadante. No entanto, o artista aparecia dizendo apenas “vote em Tiririca, pior do que tá não fica”. Mercadante não gostou e pediu para não ser associado ao palhaço.
Como todo político, o humorista conquistou desafetos. Uma dezena de candidatos passaram a integrar um movimento chamado anti-Tiririca. O candidato ao governo de São Paulo Paulo Skaf (PSB), que tem 3% das intenções de voto, aparece na televisão pendurando um quadro de Tiririca num tripé, dizendo que voto é coisa séria. “Por trás de cada voto que o Tiririca tiver, terá um eleitor dizendo que está de saco cheio de corrupção. Se os políticos não entenderem esse recado, haverá outros tiriricas no Congresso e até no governo”, ressalta Skaf.
Proposta
Até agora, Tiririca não apresentou proposta. Sua campanha se resume a piadas na televisão e em corpo-a-corpo na periferia de São Paulo. O Correio acompanhou um dia de campanha do palhaço no bairro de Itaquera, Zona Leste da capital. Por onde passa, uma multidão de pessoas carentes pedem para tirar foto com ele. Em todo momento, ele está vestido do personagem que ficou consagrado em programas de televisão. “Eu sou um sucesso porque eu falo a língua do povo”, vangloria-se. Ele assegura que, se eleito, quem vai assumir é o Francisco e não o Tiririca. “Uso o personagem só por causa do marketing. Em Brasília, vou ajudar as pessoas.”
Quando sai do personagem, Francisco vira um homem tímido chegado à bebida alcoólica. Conta que ganhou o apelido da mãe, já que vivia mal-humorado. Nasceu em Itapipoca, cidade de 114 mil habitantes no sertão cearense. Tem sete irmãos. Começou a trabalhar aos oito anos. Foi vendedor de algodão-doce e de picolé. A carreira como palhaço iniciou no circo. Também foi equilibrista, malabarista e mágico. Nos anos 1990, ganhou projeção com o sucesso da música Florentina.
DENUNCIADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Tiririca foi denunciado à Justiça estadual pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) por falsidade ideológica. O humorista afirmou, em entrevista concedida à revista Veja, que declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não possuir nenhum bem, pois teria colocado o seu patrimônio em nome de terceiros, depois de responder a processos de sua ex-mulher. O promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Tiririca.
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