Quando pensou em iniciar mais um negócio, após tentativas não bem sucedidas, Fábio Seixas nem imaginava alcançar um faturamento de mais de 2 milhões de reais vendendo camisetas pela Internet. Para ele, acreditar em uma ideia e persistir são elementos essenciais aos empreendedores. À princípio, o então projeto de Fábio pode parecer bastante simples, mas o que faz da Camiseteria um sucesso entre os negócios chamados 2.0 é sua aposta na colaboração. Todo o negócio é baseado neste conceito, usuários inscrevem estampas próprias no site, os trabalhos participam de um concurso, as ilustrações mais votadas estampam as camisetas vendidas no site. "Nós premiamos os autores das estampas vencedoras com R$ 800 em dinheiro e R$ 500 em créditos de compras. A cada reedição o artista ganha R$ 300. Este é o grande diferencial para a divulgação da empresa, quem envia sua estampa quer que ela seja vencedora, assim, os próprios colaboradores divulgam a marca", conta Fabio, fundador da marca.
Para expandir ainda mais a divulgação da marca, as mídias sociais são amplamente utilizadas. O site da Camiseteria permite que cada usuário amante de estampas crie uma página com seu perfil que estabeleça uma interface com canais como o Twitter e Facebook. Desde a criação da marca, a utilização das mídias sociais como instrumento eficaz de divulgação do conceito foi fundamental. "Hoje em dia as mídias sociais representam vendas para nós. O Twitter representa cerca de 12% das nossas vendas, o Facebook 4%".
A Camiseteria é uma empresa de moda que não tem nenhum funcionário especializado no tema. O que você diria se soubesse que o fundador da marca é um analista de sistemas? Sim, Fabio é formado em Análise de Sistemas e desde os tempos de Universidade já apresentava características de um empreendedor nato. Seixas foi dono de quatro empresas, todas baseadas na Internet, entretanto a Camiseteria foi a primeira bem sucedida. A trajetória do empresário no mundo dos negócios começou em 96, quando trabalhava na Mantel (que futuramente se transformou em IBest). "Sempre tive vontade de empreender. Naquela época me juntei a alguns amigos e abri uma empresa produtora de sites", conta o empreendedor.
Entretanto, o seu primeiro negócio não alavancou. Dois anos depois veio a segunda tentativa: uma empresa que comercializava posters online, a empresa também não sobreviveu por muito tempo. "Na época eu tinha um concorrente que está aí até hoje. Eu não dei certo, mas pelo menos servi de inspiração para o sucesso de outro empresário", relembra bem humorado. Em 1999, com a Internet mais consolidada no Brasil, foi a vez de uma empresa de holding de projetos online. A empreitada cresceu rapidamente, um ano depois recebeu o investimento de R$ 1,5 milhão de um investidor. Em março do mesmo ano veio a bolha da internet e a empresa de Fábio mais uma vez não teve fôlego para continuar. O empreendedor voltou ao mercado formal, mas sempre manteve-se atento às oportunidades.
Alguns anos depois, em 2004, seu atual sócio o chamou para fazer um orçamento para um sistema para concurso de design, que ele havia conhecido nos Estados Unidos. Fábio enxergou um negócio promissor e disse ao amigo que gostaria de ser seu sócio, o projeto se transformou na Camiseteria. "Para começar tivemos uma boa ideia, lançamos uma campanha entre nossos amigos: um kit pré-venda que dava o direito de compra de seis camisetas pelo preço de três quando inaugurássemos a marca", conta Fabio. Essa criativa estratégia de marketing provou a sua eficácia: três meses depois de inaugurada a Camiseteria já estava com o caixa estável.
Atualmente, o negócio vai de vento em popa, mas o caminho de Fabio também teve problemas. Como todo pequeno empresário, ele passou por dificuldades. "Eu não entendia nada do mercado de moda, não sabia gerir um estoque, cometi diversos erros", desabafa relembrando os problemas de gestão que teve no início. O empresário conta ter buscado informações em livros, amigos, internet e outros empreendedores para alavancar seu negócio.
Como toda empresa 2.0, a Camiseteria também tem a tecnologia como ferramenta fundamental para gestão do negócio. Fabio conta que durante oito meses passou madrugadas em claro desenvolvendo o site da sua empresa e o construiu utilizado tecnologias Microsoft, que estuda desde os tempos de faculdade. Para este projeto, o empresário utilizou .NET, componente do Windows que oferece suporte à criação e execução de aplicativos e serviços XML da Web, e o SQL Server, um gerenciador de banco de dados.
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